No dia 7 de junho, um grupo de estudantes e colaboradores do Programa 60+ visitou a cidade de Peniche, mais particularmente, o museu Nacional Resistência e Liberdade, a capela de N.ª Sr.ª dos Remédios e a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM). Fomos acompanhados pela Prof. Ana Pires, representante da ESTM na Comissão Científico-Pedagógica do Programa 60+, durante todo o dia.
No museu Nacional Resistência e Liberdade contámos com o apoio do Dr. Nelson, arqueólogo, focado na sua missão de valorizar o património. A sua paixão pelo novo projeto foi notória e, mais do que as explicações técnicas, ficam as muitas histórias que foi contando, de pessoas que já lá passaram e partilharam memórias intensas. Memórias que marcam profundamente quem ficou retido naquelas selas ou quem se sentava no parlatório, à espera de notícias e saía de coração apertado.
O almoço é sempre um momento de convívio e descontração. Em terra de pescadores, muitos optaram pela sardinha assada.
A capela de N.ª Sr.ª dos Remédios é um tesouro lindíssimo, guardado numa gruta que não se adivinha do exterior. O Prof. Gilberto, docente da ESTM, deu-nos uma interessante “aula de História”, explicando que a edificação da capela, totalmente preenchida por painéis de azulejo, data do século XVII, mas a pequena gruta que lhe deu origem, onde terá sido encontrada a imagem da Senhora trigueira, é muito mais antiga, não se conseguindo precisar a data da descoberta.
A visita à ESTM foi breve, pela necessidade de voltarmos a Leiria. Fomos recebidos pelo Sr. Diretor, Prof. Sérgio Leandro, que nos apresentou os grandes objetivos de formação e investigação da escola, e nos falou de projetos que entusiasmaram os presentes, tendo ficado a promessa de novos encontros para explorar, de forma prática e imersiva, as novidades na área da exploração dos recursos marinhos para vários fins.
Em jeito de balanço, podemos dizer que foi um dia intenso do ponto de vista emocional e no domínio das aprendizagens. As nossas estagiárias tiveram um dia rico, pela oportunidade de aprenderem “com os melhores”. Independentemente das opções em relação à reabilitação do Forte de Peniche, este espaço tinha de ser preservado e mostrado ao mundo. Quem tem memória dos acontecimentos ou a construiu a partir da memória dos outros (como é o meu caso) não fica indiferente. Não pode ficar!
Hoje, as portas das solitárias estão abertas e pudemos entrar sem medo de se fecharem. Hoje, todos podemos entrar e sair de cabeça erguida, mas a História mostra-nos que nada é certo e seguro. Não podemos esquecer, nunca, que tudo o que construímos nas últimas décadas é precário e exige constante atenção.
Ali, temos de entrar de mente aberta; dali, temos de sair de mente inquieta.